quarta-feira, 9 de maio de 2012

Logística Humanitária


Logística Humanitária tem como objetivo prioritário a minimização do sofrimento das pessoas que se encontram em estado vulnerável.

Considerado um tema novo no Brasil, em desenvolvimento nos últimos anos, já é aplicado em países da Europa e nos Estados Unidos, e muito difundido em países como o Japão - a exemplo a tsunami e terremoto ocorridos no início do ano passado neste país.

É um ramo da Logística responsável pelos processos envolvidos na mobilização de pessoas, conhecimentos e recursos para auxiliar comunidades afetadas por: furacões, avalanches, erupções vulcânicas, inundações, ou seja, catástrofes e eventos não controláveis pelo homem, mas que de alguma forma precisam ser remediados, ao menos.


Segundo o professor Hugo Yoshizaki, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Logísticos da Escola Politécnica (Poli) da USP, o tema envolve desde aspectos de engenharia e logística clássica até fenômenos atmosféricos, problemas geológicos, aspectos médicos e de saúde pública. Trata-se, portanto, de uma assunto multidisciplinar .

Implementação

A implementação deste ramo da Logística é constituída por três fases: preparação, resposta imediata e reconstrução.

A natureza da maioria dos desastres exige uma resposta imediata e como tal, as cadeias de abastecimento precisam ser conhecidas e implantadas de uma só vez, apesar da falta de conhecimento que possam ter sobre a situação.

A diversidade de fornecedores não é muito vasta, e na maioria das vezes é necessário optar por fornecedores que não seriam escolhidos em condições normais, como fossem "fornecedores de emergência", mas neste tipo de situação, o tempo também é fator determinante e qualquer minuto a mais pode significar a perda de uma vida, ou quaisquer outros tipos de danos irreversíveis.

A base desse tipo de operação se encontra no binômio tempo/necessidade.

De uma forma geral existe uma falta de controle sobre as operações devido ao fato de ser uma situação de emergência, uma vez que os voluntários disponíveis, na maioria das vezes, não estão preparados para exercer tais funções, e a infra-estrutura dos locais das operações geralmente se encontra destruída, o que dificulta assegurar a qualidade de alimentos e medicamentos.

Prioridades

As principais prioridades da Logística Humanitária são o fornecimento de itens de necessidade primária, como alimentos e água, assim como abrigo e de prestação de cuidados médicos aos necessitados. 



Centrais de distribuição

As centrais de distribuição encontram-se espalhadas por todo mundo de forma a auxiliar as áreas necessitadas, facilitando o transporte, as compras e o armazenamento. No entanto, estes centros de distribuição, quando associados, podem ter redução de custos e facilidade nos processos logísticos. Estas vantagens, associadas ao fato da logística ser o eixo central das missões humanitárias, levam à criação de softwares que permitem melhorar a tomada de decisões, aumentar a rapidez das operações e até mesmo conseguir uma melhor coordenação na ajuda humanitária (Intelog, 2007).

Softwares

Software LSS (Sistema de apoio logístico): a implementação deste software permite facilitar a partilha de informações entre as agências humanitárias, assim como acompanhar a administração de todos os materiais de ajuda humanitária que estão para ser recebidos, estabelecer prioridades de distribuição de acordo com as necessidades e dispor de informações sobre o fluxo de doações (LSSWEB, [2009?]).

Logística Humanitária software (LHS) : Este software foi desenvolvido com o objetivo de responder às necessidades da cadeia de abastecimento das organizações humanitárias. Esta resposta é determinada com base em informações e relatórios anteriores e posteriores à catástrofe. Possibilita, também, um fluxo de informação desde a realização da doação até quando esta é recebida, o que proporciona diversos benefícios, tais como o aumento da velocidade da cadeia de abastecimento ou uma maior rapidez de informação, permitindo maior espaço de tempo para a tomada de decisões (Fritz, [2004?]).

Técnicas

Uma técnica que pode também melhorar a logística em caso de catástrofes humanitárias é o inventário pré-posicionamento. Esta técnica consiste no estudo de uma ótima localização para armazenamento, estabelecida por estimativa, tendo em conta fatores como perturbações atmosféricas e outras catástrofes naturais. É utilizada ainda para estimar quantidades de acordo com os níveis de estoque existentes e com a frequência de encomenda (Akkihal, 2006).

Avaliação de desempenho

É difícil mensurar o sucesso de uma operação de logística humanitária da mesma forma como é difícil levantar indicadores de desempenho para um hospital: se houve uma morte, é possível considerar o desempenho da operação como um sucesso? (Logística Descomplicada, 2011). Ainda assim, um conjunto de 4 indicadores de desempenho para este tipo de operação foi desenvolvido (Davidson, 2006):

  1. Cobertura dos recursos: mostra o porcentual dos bens necessários em relação ao que foi arrecadado;
  2. Tempo entre doação e entrega: similar ao lead time funciona na logística empresarial;
  3. Eficiência financeira;
  4. Exatidão da avaliação: mede as divergências entre aquilo que de fato era necessário e aquilo que foi divulgado.

Fontes:
http://www5.usp.br/7205/logistica-humanitaria-ganha-importancia-no-pais-e-workshop-na-poli/
http://www.cbtu.gov.br/monografia/2009/trabalhos/artigos/logistica/3_27_AC.pdf
http://www5.usp.br/7205/logistica-humanitaria-ganha-importancia-no-pais-e-workshop-na-poli/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica_humanitária

GRUPO VERMELHO 

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