Nos últimos cinco anos, cresceu o número de cursos em diferentes níveis
educacionais. Não há muitas opções de níveis técnicos e bacharelado em
logística, porém, existem muitas opções de pós-graduação, principalmente na
modalidade Lato Sensu, que é uma especialização em que, em algumas
instituições, o corpo docente não precisa de formação acadêmica (mestrado e
doutorado).
O foco principal dos cursos de pós graduação em logística e SCM (Supply
Chain Management) está voltado para o operacional deixando de lado o
desenvolvimento do conhecimento, no qual deveria ser feito maior investimento,
fator que ainda deve ser melhorado, segundo o professor-doutor Orlando Fontes
Lima Junior, responsável pela Especialização em Gestão da Cadeia de Suprimento
e Logística do LALT/Unicamp.
De acordo com o Ph.D. Alexandre Rodrigues, professor de SCM do Coppead,
os cursos de pós-graduação estão mais alinhados com o nível educacional
encontrado no exterior com maior enfoque em discussão de casos empresariais,
utilização de tecnologias de informação e automação, tendo o profissional como
grande desafio aplicar todo esse referencial teórico e prático à realidade do
país.
Os cursos de pós-graduação passaram por uma revisão em três eixos
principais: a discussão do alinhamento estratégico da logística em relação à
estratégia global da empresa; a visão de sistemas colaborativos de gestão; e o
ajuste das capacidades e níveis de estoques das organizações em função da
necessidade e variação da demanda, conforme afirma o professor Alexandre
Guimarães, da Fundação Dom Cabral.
Em geral os cursos enfatizam as funções de transporte e armazenagem, negligenciando
os conceitos modernos de logística integrada e com isso falta ao profissional
um nível de maturidade dentro de uma visão integrada, relata o professor.
Em foco, professores e alunos
No Brasil o ensino da logística e SCM está defasado quando comparado a
países europeus e aos Estados Unidos. Em função do grande interesse que a
logística despertou, surgiram inclusões de disciplinas em outros cursos desde
que haja uma integração com a cadeia de suprimentos.
Porém, segundo o raciocínio do professor-doutor Hugo Tsugunobu Yoshida
Yoshizaki, coordenador do curso de Especialização em Logística empresarial da
Escola Politécnica da USP/Fundação Vanzolini, considerando que os professores
lecionam em áreas tradicionais de negócios, com ampla experiência, mestrado
e/ou doutorado, mesmo assim existe uma necessidade de contratação de
profissionais atualizados com o que há de mais moderno no mercado para lecionar
disciplinas específicas de logística.
Por causa do pequeno número de profissionais formados com mestrado e doutorado
na área, ocorre a falta de uma visão integrada da logística, assim sendo, a
atualização se faz com o intercâmbio de informações por meio de
experiências em conferências e seminários especializados, em função do estreito
laço entre a comunidade empresarial e de cursos de especialização avançados no
Brasil e exterior.
Sérgio Bio, coordenador didático pedagógico do MBA e do Logicon/FEA USP,
diz que pode-se dividir os alunos em grupos, sendo eles: os focados no pensar,
que sentem-se pressionados a voltar aos estudos para ter embasamento e
desenvolver reflexões a cerca de decisões e os focados no agir, esses estão nos
cursos para cumprir tabela e o resultado é de pouco aproveitamento.
O caminho a ser percorrido
Uma maior utilização da TI (Tecnologia da Informação), com uso de
softwares e análise estratégica se destacaram no ensino da logística assim como
políticas de relacionamento, mas temos um grande desafio que é adaptar todo
conteúdo holístico da logística integrada às peculiaridades de nosso país.
A sinergia com outros países e a Fundação Getúlio Vargas, por exemplo,
recebe anualmente alunos vindos dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia. Com
isso, as instituições pegam carona na globalização e firmam acordos com
universidades americanas, europeias e mais recentemente asiáticas, lançando mão
de convênios e viagens técnicas. Esse esforço é avaliado como positivo.
Os cursos carecem de corpo docente com visão menos funcional e melhor remunerado,
com livros de autores nacionais (e não apenas traduções), adaptação à realidade
nacional.
“Nos Estados Unidos existem centros tradicionais de ensino da logística
e SCM, nas escolas de negócios de primeira linha na Europa, os cursos
gerenciais básicos obrigatórios”, diz o Ph.D. Alexandre Rodrigues, professor de
Supply Chain Management do Coppead. No exterior o rigor acadêmico se reflete na
qualidade das monografias; a utilização de metodologias e recursos mais
avançados para suportar o ensino: com títulos específicos da área, docentes
melhor qualificados, utilização de tecnologia de informação, entre outros.
O professor Darli Rodrigues Vieira, Ph.D. e coordenador do MBA em
Gerência de Sistemas Logísticos da (UFPR), diz que as escolas da Europa e
Estados Unidos dedicam mais tempo à pesquisa e ao desenvolvimento.
Segundo Alexandre Guimarães, enumera boas práticas e ferramentas
aplicadas no País e que se destacam. A gestão de estoques com demandas
erráticas; as situações adversas de mercado que nossos profissionais são capazes
de administrar; a diversidade de soluções criativas surgidas por causa das
limitações de infraestrutura como as poucas alternativas na escolha de
prestadores de serviços logísticos e modais de transporte; menor nível de
mecanização e automação; complexa legislação tributária (como o efeito do ICMS
em decisões de localização logística) e um mercado consumidor menos refinado
quando comparado aos países altamente industrializados da América do Norte e
Europa.
Remuneração na Área de Logística
Os profissionais que atuam na área de Logística são responsáveis por
planejar, negociar, adquirir, guardar e distribuir produtos em forma de
matéria-prima e de produto acabado. Estes profissionais atuam com base em
rigorosas regras, desde o começo da linha de produção com a matéria-prima bruta
até o produto com o consumidor final.
Empresas que possuem esta área bem estruturada, funcionando em
conformidade com rigorosos padrões de qualidade, contribuem para a organização
na busca pela fidelização do cliente. Acompanhe alguns exemplos de valores
mínimo, médio e máximo de remuneração praticados pelas empresas localizadas na
grande São Paulo para os profissionais que atuam nas áreas de Compras,
Expedição, Materiais e Logística.
BANCO DE SALÁRIOS: MILLENNIUM RH - FEV/ 2011
Fonte: Revista Mundo
Logística – Edição 19 – De Novembro/2011
Baseado em artigo de Luiz Carlos de Almeida é o gerente de Pesquisa Salarial do Grupo Catho, responsável pela coluna no jornal virtual Carreira & Sucesso. Tem 25 anos de experiência na área de Cargos e Salários em empresas como Unibanco, Rhodia, Metal Leve e Prodesp, entre outras.
Fonte: REMUNERAÇÃO NA ÁREA DE LOGÍSTICA – Seu Salário - Jornal Carreira e Sucesso
GRUPO VERMELHO
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