quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pós Graduações em Logística e Supply Chain - A Caminho do Crescimento Qualitativo




A década de 1990 foi marcada por eventos que pressionaram as empresas a buscar um maior nível de qualificação na área de logística. O que antes era considerada uma atividade necessária, mas geradora de custos; hoje é vista como vantagem competitiva para empresa, uma área onde vale a pena investir.

Nos últimos cinco anos, cresceu o número de cursos em diferentes níveis educacionais. Não há muitas opções de níveis técnicos e bacharelado em logística, porém, existem muitas opções de pós-graduação, principalmente na modalidade Lato Sensu, que é uma especialização em que, em algumas instituições, o corpo docente não precisa de formação acadêmica (mestrado e doutorado).

O foco principal dos cursos de pós graduação em logística e SCM (Supply Chain Management) está voltado para o operacional deixando de lado o desenvolvimento do conhecimento, no qual deveria ser feito maior investimento, fator que ainda deve ser melhorado, segundo o professor-doutor Orlando Fontes Lima Junior, responsável pela Especialização em Gestão da Cadeia de Suprimento e Logística do LALT/Unicamp.

De acordo com o Ph.D. Alexandre Rodrigues, professor de SCM do Coppead, os cursos de pós-graduação estão mais alinhados com o nível educacional encontrado no exterior com maior enfoque em discussão de casos empresariais, utilização de tecnologias de informação e automação, tendo o profissional como grande desafio aplicar todo esse referencial teórico e prático à realidade do país.

Os cursos de pós-graduação passaram por uma revisão em três eixos principais: a discussão do alinhamento estratégico da logística em relação à estratégia global da empresa; a visão de sistemas colaborativos de gestão; e o ajuste das capacidades e níveis de estoques das organizações em função da necessidade e variação da demanda, conforme afirma o professor Alexandre Guimarães, da Fundação Dom Cabral.

Em geral os cursos enfatizam as funções de transporte e armazenagem, negligenciando os conceitos modernos de logística integrada e com isso falta ao profissional um nível de maturidade  dentro de uma visão integrada, relata o professor.

Em foco, professores e alunos


No Brasil o ensino da logística e SCM está defasado quando comparado a países europeus e aos Estados Unidos. Em função do grande interesse que a logística despertou, surgiram inclusões de disciplinas em outros cursos desde que haja uma integração com a cadeia de suprimentos.

Porém, segundo o raciocínio do professor-doutor Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki, coordenador do curso de Especialização em Logística empresarial da Escola Politécnica da USP/Fundação Vanzolini, considerando que os professores lecionam em áreas tradicionais de negócios, com ampla experiência, mestrado e/ou doutorado, mesmo assim existe uma necessidade de contratação de profissionais atualizados com o que há de mais moderno no mercado para lecionar disciplinas específicas de logística.

Por causa do pequeno número de profissionais formados com mestrado e doutorado na área, ocorre a falta de uma visão integrada da logística, assim sendo, a atualização se faz com o  intercâmbio de informações por meio de experiências em conferências e seminários especializados, em função do estreito laço entre a comunidade empresarial e de cursos de especialização avançados no Brasil e exterior.

Sérgio Bio, coordenador didático pedagógico do MBA e do Logicon/FEA USP, diz que pode-se dividir os alunos em grupos, sendo eles: os focados no pensar, que sentem-se pressionados a voltar aos estudos para ter embasamento e desenvolver reflexões a cerca de decisões e os focados no agir, esses estão nos cursos para cumprir tabela e o resultado é de pouco aproveitamento.

O caminho a ser percorrido

Uma maior utilização da TI (Tecnologia da Informação), com uso de softwares e análise estratégica se destacaram no ensino da logística assim como políticas de relacionamento, mas temos um grande desafio que é adaptar todo conteúdo holístico da logística integrada às peculiaridades de nosso país.

O Brasil no banco das escolas Americanas e Europeias


A sinergia com outros países e a Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, recebe anualmente alunos vindos dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia. Com isso, as instituições pegam carona na globalização e firmam acordos com universidades americanas, europeias e mais recentemente asiáticas, lançando mão de convênios e viagens técnicas. Esse esforço é avaliado como positivo.

Os cursos carecem de corpo docente com visão menos funcional e melhor remunerado, com livros de autores nacionais (e não apenas traduções), adaptação à realidade nacional.

“Nos Estados Unidos existem centros tradicionais de ensino da logística e SCM, nas escolas de negócios de primeira linha na Europa, os cursos gerenciais básicos obrigatórios”, diz o Ph.D. Alexandre Rodrigues, professor de Supply Chain Management do Coppead. No exterior o rigor acadêmico se reflete na qualidade das monografias; a utilização de metodologias e recursos mais avançados para suportar o ensino: com títulos específicos da área, docentes melhor qualificados, utilização de tecnologia de informação, entre outros.

O professor Darli Rodrigues Vieira, Ph.D. e coordenador do MBA em Gerência de Sistemas Logísticos da (UFPR), diz que as escolas da Europa e Estados Unidos dedicam mais tempo à pesquisa e ao desenvolvimento.
Segundo Alexandre Guimarães, enumera boas práticas e ferramentas aplicadas no País e que se destacam. A gestão de estoques com demandas erráticas; as situações adversas de mercado que nossos profissionais são capazes de administrar; a diversidade de soluções criativas surgidas por causa das limitações de infraestrutura como as poucas alternativas na escolha de prestadores de serviços logísticos e modais de transporte; menor nível de mecanização e automação; complexa legislação tributária (como o efeito do ICMS em decisões de localização logística) e um mercado consumidor menos refinado quando comparado aos países altamente industrializados da América do Norte e Europa.

Remuneração na Área de Logística

Os profissionais que atuam na área de Logística são responsáveis por planejar, negociar, adquirir, guardar e distribuir produtos em forma de matéria-prima e de produto acabado. Estes profissionais atuam com base em rigorosas regras, desde o começo da linha de produção com a matéria-prima bruta até o produto com o consumidor final.

Empresas que possuem esta área bem estruturada, funcionando em conformidade com rigorosos padrões de qualidade, contribuem para a organização na busca pela fidelização do cliente. Acompanhe alguns exemplos de valores mínimo, médio e máximo de remuneração praticados pelas empresas localizadas na grande São Paulo para os profissionais que atuam nas áreas de Compras, Expedição, Materiais e Logística.


BANCO DE SALÁRIOS: MILLENNIUM RH - FEV/ 2011


Fonte: Revista Mundo Logística – Edição 19 – De Novembro/2011 
Baseado em artigo de Luiz Carlos de Almeida é o gerente de Pesquisa Salarial do Grupo Catho, responsável pela coluna no jornal virtual Carreira & Sucesso. Tem 25 anos de experiência na área de Cargos e Salários em empresas como Unibanco, Rhodia, Metal Leve e Prodesp, entre outras.

Fonte: REMUNERAÇÃO NA ÁREA DE LOGÍSTICA – Seu Salário - Jornal Carreira e Sucesso


GRUPO VERMELHO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!!!